A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou sessão especial, na tarde de ontem, quarta-feira, 06 de março, em Comemoração ao Dia Internacional da Mulher (08 de março). O evento proposto pela deputada Cida Ramos – que reuniu gestores públicos, parlamentares e lideranças de entidades civis – integra a série de atividades da campanha “Março Mulher – Rompa o Ciclo da Violência” do Poder Legislativo Estadual.
Ao justificar o evento, a deputada disse que a sessão especial não é apenas uma ação formal, mas uma conquista a mais nessa trajetória de muita resiliência e muita luta das mulheres. Cida Ramos lembra que, pelos números da violência contra as mulheres, os casos de feminicídios e de violência doméstica continuam aumentando em todo o país.
“A gente ainda precisa lutar bastante, mudar a cultura patriarcal, machista. Mudar essa forma dos homens, das crianças serem educadas, desde pequenininhas, que é uma subestimação imensa do papel das mulheres. Reverter isso é fundamental. Nós temos um arcabouço jurídico muito grande, que dá, eu diria, uma retaguarda à luta das mulheres. O que nós temos que fazer é mudar a cultura. E para mudar essa cultura, a gente precisa de todos os entes federativos e de todos os poderes”, acrescentou.
O deputado Chico Mendes, que participou da sessão de forma online, disse que as vozes das representantes das entidades que lutam contra a violência contra as mulheres não ecoarão sozinhas, porque a Assembleia Legislativa está fazendo um grande debate, que será continuado de forma cada vez mais intenso “para que a Grande Mídia, não só da Paraíba, mas de todo o país, possa valorizar, publicizar mais e divulgar campanhas esclarecedoras, campanhas que deixem de forma clara o tamanho da violência dos homens contra das mulheres”.
A promotora de Justiça, Rosane Maria Araújo, disse que a sessão especial é um evento mais do que necessário para reforçar a pauta da luta para chamar a atenção do mundo contra a desigualdade de gênero, contra a discriminação e contra a violência contra as mulheres. “Muitos direitos foram conquistados, é verdade, mas com luta, com firmeza. Nada foi dado para as mulheres de forma gratuita. No entanto, nós ainda desejamos, precisamos e almejamos a equidade de gênero, onde não seja naturalizada as práticas do patriarcado, a supremacia do homem, sempre o homem. Até quando em todas as instituições a maioria, ou maciça a maioria, sempre a representação é de dominação masculina? Então, o 8 de Março é data histórica, comemorada para que toda a sociedade possa, de forma concentrada, entender as razões da violência contra as mulheres”, declarou.
Para a delegada Sileide Azevedo, coordenadora das Delegacias Especializadas de Atendimento às Mulheres (DEAMS) na Paraíba, é preciso as unir forças de segurança do Estado, todo o poder constituído e a sociedade civil nesse enfrentamento à violência contra a mulher. “Todos nós somos muito importantes para ajudar a mulher a romper o ciclo de violência. E nem sempre a mulher reúne condições de romper esse ciclo. Em inúmeras questões: seja dependência econômica, dependência afetiva, essa vítima sofre ameaças. Então é necessário unir forças para que a mulher consiga sair desse ciclo de violência, para que nós não tenhamos episódios mais graves de outras violências que podem ocorrer nesse ciclo, que é progressivo, para que possamos evitar o feminicídios”, disse
A executiva Kaliandra de Oliveira, Gerente Operacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade humana, destacou a importância do evento para que a mulher possa identificar e sair do ciclo de violência. “Um evento como esse é uma forma de a sociedade compreender que a mulher não sai da violência, não é porque ela não quer, mas que ela está inserida em um ciclo que deixa ela presa nesse looping de violências e não consegue sair sem ajuda”, finalizou.
Também prestigiaram o evento o vereador Marcus Henriques, representando a Câmara Municipal de João Pessoa; a professora Lenilma Bento de Araújo Menezes, representando a Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba (ADUF-PB); a ativista Marina Blanck Virgílio da Silva, representando o Movimento das Mulheres Feministas da Paraíba; Fernanda França, diretora de Gênero e Etnia do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Paraíba (Sintepb); entre outros representantes de entidades civis.
Blog do Hamilton Silva com Assessoria de Imprensa da ALPB
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