O presidente da Assembleia da Paraíba, Adriano Galdino (Republicanos), ‘rasgou o verbo’ hoje na solenidade de anúncio das obras do Novo PAC na Paraíba. Quase impedido pelo cerimonial de usar a tribuna do Paulo Pontes, Galdino acabou dizendo muito. Disse mais, inclusive, do que muitos que deveriam fazer e não fazem – por conveniência ou por medo mesmo. Em um discurso incisivo, o deputado cobrou um olhar mais atencioso do Governo Federal para o Nordeste.
A cobrança foi feita a dois nordestinos, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e Camilo Santana, da Educação. Mas nem por isso menos pertinente.
Pelo contrário. Os dois precisam, em Brasília, lembrar de onde vieram e da dívida histórica em termos de investimentos nacionais para com a região.
“O povo nordestino tem uma conta a receber da nação brasileira. Na República, 32 presidentes foram eleitos do Sul e Sudeste e só investiram em seus Estados e cidades natais. Historicamente nós só recebemos os restos orçamentários, o grande bolo sempre ficou para o Sul e Sudeste. E nós precisamos muda isso”, bradou o deputado.
“Eu achava que a reforma tributária iria ajudar, mas fiquei decepcionado porque o critério usado para distribuição é por componente populacional, permanecendo no Sul e Sudeste. Vamos reagir porque estamos acostumados a subir ladeira, mas é importante que o Governo Federal nos ajude”, complementou.
O discurso de Galdino tem sentido e base histórica. Ele foi citado instantes depois por Camilo Santana e Rui Costa. Foi aplaudido também pelos presentes. Deixou o evento como destaque positivo, indiscutivelmente.
Sobre o PAC
Os ministros Rui Costa e Camilo Santana participaram hoje na Paraíba do lançamento regional das obras. O projeto de forma global já havia sido lançado, mês passado, pelo Governo Federal. Da Paraíba foram incluídos 11 projetos. Juntos eles totalizam R$ 2,4 bilhões. No pacote há promessas históricas, como a construção de um hospital de Trauma no Sertão, a duplicação da BR 230, a conclusão do Canal Acauã-Araçagi, entre outras.
O clamor agora é para que o anúncio não fique apenas no mundo das idealizações e dos palanques políticos – como é de costume, no Brasil.
Fonte: Jornal da Paraíba – Por João Paulo Medeiros
Foto: Jornal da Paraíba